Ninguém pode negar a importância da presença da mãe para o
desenvolvimento e crescimento, em todos os aspectos, da criança. A
mamãe precisa ter energia física e psíquica para acompanhar todas as
etapas da vida do seu filho, protegendo-o, traduzindo o mundo e
satisfazendo as necessidades da criança.
A mamãe é a pessoa
que dá a oportunidade do bebê conhecer o mundo, oferecendo o
equilíbrio que a criança precisa para organizar todas as novidades
que chegam diariamente.
Se a depressão materna acontece,
principalmente se ocorrer na infância ou adolescência dos filhos, um
grande impacto no comportamento e intelecto recai sobre essas
crianças.
Desde o nascimento, o bebê precisa da ajuda da mamãe
para conseguir sentir-se seguro, confiante e poder se desenvolver
motor e cognitivamente. Uma mãe depressiva nessa época torna-se
ausente e empobrecida de estímulos para seu filho.
O bebê já
demonstra irritação com essa atitude depressiva, sendo um bebê
choroso, tendo mais diarréia que um bebê com uma mãe não depressiva,
não tem um contato visual constante com sua mãe ou com estranhos. A
interação desse bebê com o mundo é precária e ele se identifica
mais com o rosto de alguém triste do que com um alegre. Viu como um
problema da mãe pode gerar tanto nó na cabecinha do bebê?
Futuro depressivo
- Uma criança que tem a mãe depressiva tem maiores chances de
desenvolver alterações emocionais, uma depressão, por exemplo, assim
como a mãe.
Essas mamães têm problemas de impor limites: às
vezes são permissivas demais e outras rígidas demais. Essa
dificuldade faz com que as crianças, principalmente entre os 18 e 42
meses, tenham dificuldade de se relacionar com seus amiguinhos,
criando relações inseguras e desorganizadas, com problemas claros de
comportamento.
Alguns estudos realizados demonstram maiores
índices de dificuldades escolares, seja por déficit de atenção ou
distúrbio de aprendizagem, maior comportamento de risco e maior
número de acidentes com os filhos de mães depressivas.
Um
grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista Journal of the
American Academy of Child & Adolescent Psychiatry em janeiro de
2007 relatando o comportamento de adolescentes cujas mães
apresentavam episódios depressivos. Verificou-se maior número de
usuários de drogas ilícitas, iniciação precoce da atividade sexual e
maiores taxas de abandono escolar.
Os filhos, desde
pequeninos, espelham-se bastante no comportamento materno. Proteção,
acolhimento, apoio e correção colocados pela mãe são cruciais na
formação e consolidação da personalidade das crianças.
Dicas
O apoio da família, terapêutico e social é importante para que as mães depressivas possam exercer sua função de protetora.
Um pai presente pode amenizar os riscos negativos que a depressão materna acarreta na vida dos filhos.
Quanto antes a depressão for tratada, menor será o impacto no desenvolvimento das crianças.
Bruno Rodrigues